terça-feira, 17 de abril de 2012

Riqueza sob o sal

Até há pouco tempo conhecido pelo seu uso na indústria farmacêutica, lítio ganha importância estratégica para a tecnologia

Fábio de Castro

Engenheiro-chefe do governo boliviano inspeciona piscina projetada para evaporar lítio no salar de Uyuni, em novembro de 2009
Engenheiro-chefe do governo boliviano inspeciona piscina projetada para evaporar lítio no salar de Uyuni, em novembro de 2009
A mais de 3.600 metros de altitude, no sudoeste da Bolívia, uma planície coberta de sal se estende por 12 mil quilômetros quadrados. Desprovida de vegetação – exceto pelos cactos gigantes que podem chegar a 10 metros de altura –, a paisagem do salar de Uyuni passa a impressão de um ambiente extraterrestre. A monotonia do imenso deserto salgado só é quebrada pelos curiosos lagos multicoloridos povoados por flamingos e pelos campos de gêiseres. Nas noites de inverno, o frio chega a 25 graus negativos.
Ali, sob a brancura ofuscante do salar boliviano, esconde-se a maior jazida de lítio do planeta que, apesar da importância estratégica de dimensões globais, permanece praticamente inexplorada. Estima-se que sob as camadas de sal, que chegam a 120 metros de profundidade, existam 5,4 milhões de toneladas de lítio. Em junho de 2010, o jornal The New York Times divulgou um estudo da US Geological Survey (USGS) dando conta da descoberta de uma jazida mineral estimada em quase um trilhão de dólares ainda inexplorada no Afeganistão. Segundo a pesquisa dos geólogos norte-americanos, entre os minerais encontrados desde 2004 estaria o lítio, em proporções tão importantes quanto as bolivianas. A detecção dessas substâncias, que incluem ferro, ouro, nióbio e cobalto, foi feita, de acordo com o USGS, por meio de mapas geológicos dos anos 1980 elaborados por soviéticos e escondidos por geólogos afegãos durante a Guerra Civil (1992-1996) e o regime dos talibãs (1996-2001).
O fator que torna o lítio estratégico está relacionado às suas diversas aplicações tecnológicas. O mais leve dos metais é empregado, por exemplo, na produção de medicamentos para o tratamento de transtorno bipolar e na fabricação de ligas metálicas condutoras de calor, de lubrificantes, de cerâmicas e de lentes de telescópios. Mas sua aplicação mais importante e conhecida se dá na produção das baterias recarregáveis de íon lítio.
Disponíveis comercialmente desde a década de 1970, elas se tornaram populares e dominaram o mercado rapidamente nos últimos anos, passando a ser utilizadas na maior parte dos celulares, notebooks, aparelhos de MP3 e todo tipo de equipamento eletrônico portátil. As baterias de íon lítio têm a metade do tamanho das baterias de chumbo – tradicionalmente utilizadas em automóveis –, são bem mais leves, armazenam três vezes mais energia, duram três vezes mais e podem ser recarregadas, sem problemas, antes do esgotamento total da carga.
A eficiência das baterias de íon lítio já garante, no presente, um mercado com demanda constante para o metal. Das 105 mil toneladas produzidas por ano no mundo, a indústria eletrônica consome cerca de 30 mil, de acordo com a US Geological Survey – a agência fornece ao governo norte-americano dados científicos sobre geociências e recursos naturais. Mais de 40% de todo esse lítio produzido é proveniente do deserto do Atacama, no Chile.

Leia a reportagem completa, acessando:

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Descendentes dos Dinossauros

Somente dois representantes sobreviveram.

Há aproximadamente 65 milhões de anos, quase todos os vertebrados que dominavam a Terra desapareceram misteriosamente. Este evento foi chamado de Extinção K-T (Abreviação de Cretáceo-Terciário) e vitimou aproximadamente 75% das espécies viventes na época, inclusive os dinossauros.
A causa desta extinção ainda divide os paleontólogos, mas a teoria mais aceita é a da queda de um meteoro no México. Com 10 km de diâmetro, teria caído onde, hoje, fica a Cratera de Chicxulub, no Estado de Iucatã. Tal impacto teria produzido uma nuvem de poeira que bloquearia a luz solar, matando as plantas em pouco tempo - e pondo toda a cadeia alimentar em crise. Mas há, é claro, os que sobreviveram a esta tragédia ecológica.
Não se preocupe, não há nenhum tipo de prova que algum Tyranosauro rex esteja vivendo em alguma remota e desconhecida Ilha da Caveira, como em King Kong. Mas um dos poucos dinossauros a sobreviver foi o Arqueoptérix, que tinha penas e cujos descendentes são... as aves. Então, embora não sejam mais répteis, um minúsculo beija-flor e uma ema podem, ambos, ser considerados herdeiros de alguns dos mais fascinantes animais que já viveram.
Foto: Haroldo Palo Jr.
A Maria-Faceira.
Outro herdeiro da Era dos Répteis são os crocodilos, jacarés e gaviais.  Estes, sim, são verdadeiros fósseis vivos. Seus primeiros ancestrais surgiram durante o cretáceo e eram semelhantes em aparência e comportamento - embora um pouco mais parecidos com os predadores da época.
Foto: José Sabino


Fonte: http://canalazultv.ig.com.br/redeambiente/