segunda-feira, 5 de março de 2012

Liquens são usados como biomonitores de poluição em Porto Alegre
 
Índice de pureza do ar foi qualificado mostrando áreas mais e menos poluídas
© Käffer, M. I. et al
A espécie Parmotrema tinctorum se revelou mais eficaz para a detecção de poluentes no ar
Uma equipe de pesquisadoras brasileiras usou duas espécies de liquens como ferramenta para avaliar a qualidade do ar da área urbana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. O estudo, divulgado em janeiro de 2012 na publicação científica Environmental Pollution, avaliou as alterações causadas pela poluição na fisiologia e na morfologia de exemplares de Parmotrema tinctorum e de Teloschistes exilis. Nesses organismos, que são simbioses entre uma espécie de fungo e uma de alga, foram detectados metais pesados como cádmio, mercúrio, zinco e chumbo, além de enxofre, resultado da queima de combustíveis fósseis e prejudiciais à saúde  e ao meio ambiente. Os liquens são usados como biomonitores principalmente em países europeus e nos Estados Unidos.
O estudo é o mais recente de cinco artigos resultantes da tese de doutorado de Márcia Isabel Käffer sobre o monitoramento da qualidade do ar na capital gaúcha por meio de liquens. O trabalho foi concluído no ano passado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul com orientação da especialista em genética e biologia molecular Vera Maria Ferrão Vargas, do Programa de Pesquisas Ambientais, Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler (FEPAM). “Os liquens absorvem da água e do ar os nutrientes para seu desenvolvimento. Se há algum poluente no ar, ele também é absorvido pelos liquens e se aloja em suas células, podendo  até ser metabolizado”, explica Márcia. Por meio de análises em laboratório e ao microscópio, o grupo conseguiu analisar as concentrações dos metais pesados e de outros elementos químicos, além de danos morfofisiológicos nesses organismos.
As pesquisadoras, tendo como base os próprios trabalhos e os de outros grupos, sabiam quais eram as áreas com maior trânsito de veículos na cidade e, consequentemente, presumiam as que apresentariam maior poluição. A equipe acreditava que as regiões norte e central estariam mais poluídas e a menos urbanizada e mais arborizada, como a zona sul da cidade, em melhor condição. Realmente, o estudo demonstrou essas previsões.
Leia a reportagem completa acessando:
http://revistapesquisa.fapesp.br/?art=71898&bd=2&pg=1&lg=

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