Novas pesquisas levantam uma forte suspeita: além de engordar, o açúcar pode ser um tóxico cancerígeno, tão nocivo como o cigarro ou o álcool, de acordo com o endocrinologista Robert Lustig, da Universidade da Califórnia. O argumento de Lustig é que a forma como o açúcar é metabolizado pelo organismo o torna perigoso. As pesquisas sugerem que o aumento da produção de insulina contribui para o surgimento do câncer, porque muitos tumores dependem desse hormônio para crescer. Segundo uma estatística divulgada pela Organização Mundial da Saúde, cada brasileiro ingeriu, em média, 59,2 quilos de açúcar em 2005. Nos Estados Unidos, foram 31,3 quilos.
Porém Lustig não está sozinho em suas convicções. Muitos pesquisadores têm investigado como o açúcar age no organismo e chegado a conclusões interessantes. Metade do açúcar que consumimos está nas bebidas como refrigerantes, sucos, bebidas energéticas e isotônicas, diz o endocrinologista Luc Tappy, professor da Universidade de Lausanne, na Suíça.
Para o médico Durval Ribas Filho, presidente da Sociedade Brasileira de Nutrologia, o açúcar não faz mal se não ultrapassar 100 gramas por dia. Especialmente quando se é saudável (se a pessoa não é obesa, não tem síndrome metabólica, não é diabética).
Os estudos devem continuar até que descubram se o açúcar e xarope de milho são “toxinas crônicas”, ou seja, eles não são tóxicos depois de uma refeição, mas talvez sejam depois de 1000. Só assim poderão ser considerados significativos.
Fonte: Revista Época, nº 676, 2 maio 2011-05-27
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